<i>Eni</i> regressa à Líbia
A petrolífera italiana Eni, que era o principal produtor estrangeiro de petróleo na Líbia antes da agressão ocidental, anunciou, na segunda-feira, o seu regresso ao país, confiante que os ditos «rebeldes», ajudados pelos bombardeamentos massivos da NATO, derrubarão o regime de Tripoli.
Com a extensão dos combates à capital, a Eni, tal como outras empresas italianas com actividades na Líbia, viu a sua cotação disparar em mais de cinco por cento na bolsa de Milão, duplicando o desempenho do índice europeu do sector petrolífero.
A explicação encontra-se nas declarações do ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Franco Frattini, que confirmou o envio de funcionários da Eni no início da semana para supervisionar o arranque das instalações petrolífera no Leste da Líbia, e acrescentou: «As instalações foram construídas pelos italianos pela [empresa] Saipem, e portanto é claro que a Eni desempenhará um papel de primeiro plano [na Líbia]», declarou o ministro à cadeia pública de televisão RAI, citado pela Reuters (22.08).
Antes da agressão, a Eni realizava 17,5 por cento da sua produção na Líbia, onde estavam instaladas cerca de 180 outras empresas transalpinas que tinham obtido gordos contratos de obras públicas na sequência do acordo assinado em 2008 entre os dois países.
Mas várias outras grandes empresas aguardam com impaciência o momento de abocanhar as riquezas líbias. Especialistas citados pela Reuters prevêem que a petrolífera francesa Total irá emergir entre os principais beneficiários, graças ao apoio que o Eliseu tem dado aos «rebeldes».
Também a Shell e a BP ou grupos americanos como Marathon, ConocoPhillips e Hess esperam pela derrota militar do regime para receber a sua parte das maiores reservas de petróleo de África, às quais também concorrem a Companhia Nacional do Qatar ou a empresa multinacional de origem holandesa Vitol.